25 de março de 2016

White Boy in Skull Valley. Garrett Price (Sunday Press)

Quando falámos dos vários volumes em torno de Little Nemo in Slumberland, por ocasião de uma entrevista concedida por Peter Maresca, editor da Sunday Press, aventámos que se falaria deste volume também monográfico, dedicado à recuperação total de uma série de banda desenhada de meados dos anos 1930 dos Estados Unidos, e que passa a fazer parte dos textos em circulação que expandem a sua história. Uma vez que tecemos tantos comentários e experimentámos noções sobre o que pode significar esta permanente expansão da memória da banda desenhada, este entrosamento de “novos” elementos num corpus ainda a descobrir, o peso e relação que terá na equação desse mesmo entendimento histórico (que se falou a propósito das antologias de Dan Nadel, por exemplo, ou do próprio Maresca), focaremos tão-somente o livro em si. (Mais) 

22 de março de 2016

Curveball. Jeremy Sorese (Nobrow)

No tumulto e oferta imensa de banda desenhada nos nossos dias, é difícil sermos surpreendidos com novas obras, uma vez que existe todo um espectro de produção que satisfará a nossa necessidade constante de novos estímulos narrativos, visuais, estruturais, objectuais, das mais diversas formas. Todavia, é precisamente esse estado de alerta, informado a um só tempo pelo contexto de recepção, a oferta permanente de novos textos e uma qualquer capacidade de observação que nos permite identificar, com alguma rapidez, quando determinado projecto atinge um ponto de equilíbrio raro. Não é uma questão de transformarmos um qualquer entusiasmo em discursos hiperbólicos de “a melhor obra jamais lida”, ou em hierarquias esvaziadas de sentido, mas tão-somente identificar esse raro equilíbrio de um objecto em que tudo concorre na mesma direcção, tudo se sustenta mutuamente,  tudo ajuda a criar um ponto de solidez absoluta. É aí que encontraremos Curveball, do jovem autor alemão-americano Jeremy Sorese. (Mais) 

15 de março de 2016

20 de Março: SemConsenso: visita guiada, conversa, encerramento.



Por ocasião do encerramento da Exposição “SemConsenso - Banda Desenhada, Ilustração e Política”, patente no Museu no Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, desde 31 de Outubro de 2015, vimos por este meio convidar-vos para várias actividades no próximo dia 20 de Março, Domingo.

Às 15h00 decorrerá uma visita guiada com a nossa presença,na qualidade de curador da exposição. 

Às 16h00, no Auditório,terá lugar uma sessão de conversa e debate com Nuno Saraiva, um dos autores presentes na exposição. 

Recordamo que a "SemConsenso" é uma mostra de vários trabalhos advindos do universo contemporâneo português na criação da banda desenhada, cartoon e ilustração, com implicações no conceito do político e integra trabalhos de um conjunto de 21 artistas.

Contamos convosco.

14 de março de 2016

Lisboa é very very typical. AAVV (Chili Com Carne)

O último volume da colecção LowCCCost, da Chili Com Carne, dá continuidade a uma visão particular de tipos de trabalho de banda desenhada e de discursos em torno da realidade social. Apesar das diferentes angulosidades de cada um dos projectos, poder-se-ia dizer que Kassumai, Zona deDesconforto e Boring Europa e, agora, Lisboa é very very tipical, procuram escavar um dos mais importantes elementos que usualmente caracterizam a cultura associada ao zine: a identidade. (Mais) 

11 de março de 2016

Peter Maresca, Winsor McCay, Little Nemo in Slumberland, reflexos.

A ocasião deste artigo em torno de Little Nemo in Slumberland prende-se com duas razões, sendo uma protelada e a outra circunstancial. A primeira deve-se ao facto de que desejaríamos há muito escrever sobre alguns livros que têm saído em torno de Winsor McCay e a sua mais famosa obra, assim como algumas homenagens que têm surgido a Little Nemo. A segunda diz respeito a uma entrevista que havíamos preparado com Benoît Crucifix a Peter Maresca, editor da Sunday Press, que tem produzido não apenas as melhores edições de Little Nemo, como de outras séries como Krazy Kat, White Boy (de que falaremos em breve, esperamos), assim como de Gustave Verbeek e de várias séries menos imediatas. Essa entrevista não foi possível conduzir de forma escrita, pelo que o plano foi alterado, acabando por Crucifix ter conseguido entrevistar Maresca ao vivo em Angoulême, com alguns dos pontos preparados, e cuja tradução-transcrição está agora disponível no sitedu9. (Mais) 

8 de março de 2016

Duas resenhas de livros teóricos (Trauma e Literatura).


Porque não só de banda desenhada vive o homem, deixamos aqui uma breve menção a outros trabalhos que vamos fazendo noutras frentes, ainda que diga respeito a resenhas críticas também. 
No primeiro caso, trata-se de uma resenha a um importante contributo para o contínuo desenvolvimento e expansão da área conhecida por Estudos do Trauma, com The Future of Trauma Theory. Foi publicada no último número da Diacrítica (29/3), e que encontrarão a partir da página 229 do pdf, aqui.
No segundo, em língua inglesa, é uma leitura de um volume de estudos literários, mais especificamente do encontro entre teoria e história da literatura, Literature Now, que saiu na publicação online estrema, e cuja versão em pdf encontram aqui.
Agradecimentos às editoras respectivas, pela oferta dos livros, assim como aos editores de ambas as revistas que receberam os textos.

6 de março de 2016

Trash Market. Tadao Tsuge (Drawn & Quarterly)

Trash Market reúne 6 histórias médias do autor, publicadas entre o final dos anos 1960 e início da década seguinte, sobretudo na mítica Garo (uma mais tardia é da Yagyô). Tadao é o irmão mais novo de Yoshiharu Tsuge mas não possui a mesma fama que o autor do sublime O homem sem talentos, tal como a não partilha a mesma circulação internacional que outros autores da mesma geração, sejam os mais dramáticos Yoshihiro Tatsumi ou Sanpei Shirato ou os mais poéticos e melancólicos como Seiichi Hayashi ou Oji Suzuki. É desta maneira que este volume publicado pela Drawn & Quarterly, com tradução e edição de Ryan Holmberg, possivelmente o mais significativo contribuidor neste momento para a passagem de “uma outra mangá” para o Ocidente, é um importante marco. É que não é apenas uma adição de um autor e de umas quantas obras, mas de um pedaço que recoloca toda uma série de questões e da história (acessível aos ocidentais) da banda desenhada japonesa do pós-guerra. (Mais)